Apos o nascimento do Vini, fiquei em casa por 6 meses e depois voltei ao trampo, feliz da vida. Ateh que, BUM!, too bad for me, a felicidade durou pouco e 3 meses depois, devido ao imprevisto do Vini ter sido convidado a se retirar da creche, aos 9 meses de vida, tive que alternar turnos em casa com o marido e consequentemente, trabalhar soh meio periodo, o que soh foi possivel gracas ao meu santo chefe. Diria que este foi o primeiro contratempo.
Depois disso, veio a outra supresa da rodada: a crise mundial!, que, claro, abalou (e ainda abala) as estruturas americanas e consequentemente o prometido emprego dos sonhos que era 'garantido' apos o maridinho terminar o doutorado nao aconteceu. Decadas de solidez na oferta de boas posicoes pra doutores em marketing nas universidades e justo na nossa vez, BUM! O sonho da vida de rich people foi por agua abaixo. Mas, sinceramente, eu adorei ter um motivo que nos forcasse a sair da casa do Tio Sam, tava meio cansada da vidinha americana, depois de longos 5 anos, queria mesmo mudar. Fiquei empolgada com a possibilidade de morar 'nas Zuropa', na Coreia do Sul, na Australia... o planeta Terra era o limite. O que nao me agradava nem um pouco eh que, como dois anos antes da crise de fato estourar, nos tinhamos CERTEZA que ficariamos nos EUA por pelo menos mais uns 5 anos, compramos um carro novinho parceladissimo, claro. E o que aconteceu? A crise veio pra nos mostrar que nao adianta planejar, porque tudo muda o tempo todo no mundo e, no caso, ficar nos EUA nao dependia apenas de nossa vontade, como previamos, dependia de fatores externos fortissimos. E aih? Aih tivemos que, com lagrimas nos olhos, nos defazer do nosso querido carrinho, por um preco RIDICULO e empacotar nossa casa, porque afinal, que sorte!, maridinho conseguiu um emprego na Australia. Viemos!
Viemos com a promessa de emprego 'facinho' pra mim, jah que o mercado pra arquitetos aqui bombava, e era comum ateh aceitarem imigrantes como residentes permanentes soh por serem arquitetos. "Beleza, vou me dar bem!" Entretanto, o mesmo motivo que nos tirou dos EUA, fez o maravilhoso mercado dos sonhos pra arquiteto australiano ruir e quando chegamos, tava na moda dispensar arquitetos. Que sorte, nao? O jeito era esperar a tal da Dona Crise parar de azucrinar...
O que me "conformava" era que, mesmo que houvesse emprego, ha!, eu nao poderia trabalhar, jah que creche eh artigo de luxo por essas bandas e a fila de espera pode levar um ano inteirinho. Nos, precavidos que somos (????) colocamos o Vini na lista de espera antes de chegarmos aqui e, ainda assim, soh apos dez meses conseguimos uma vaguinha 3 vezes na semana.
Dois mil e nove chegava ao fim e os ares pareciam estar mudando, as empresas voltavam a anunciar centenas de vagas pra arquitetos e eu comecei a me animar. Somado a isso, tivemos a maravilhosa noticia que haviamos conseguido vaga pro Vini na creche para todos os dias da semana, a comecar em fevereiro de 2010. Perfeito! Nao poderia estar mais feliz. Bom, ateh poderia, nao fosse termos tomado a precipitada (leia-se, umas semanas antes!) decisao de providenciar a encomenda de the little second. E, claro, que pra engravidar nesta casa, basta decidir - nao estou reclamando, por favor, nao me interpretem mal! Agradeco a Deus pela facilidade e acredito, do fundo do coracao, que as coisas acontecem na hora certa. Alem do mais, como jah disse aqui, queria mesmo ter logo o segundo pra poder fechar a fabrica mais cedo e seguir a vida.
Entao, minha gente, o fato eh que de nada adiantou termos creche 5 dias por semana e mercado de arquitetura em forte aquecimento. Quem eh que contrataria uma mulher gravida?
Mas pior mesmo, foi ter uma possibilidade real batendo a porta, ser indicada por um amigo! Oh well, nao era pra ser. Conformada, resolvi dar tempo ao tempo, curtir minha gravidez e deixar pra pensar no emprego depois que meu Segundinho estivesse com seus 6 meses de vida. Po, pelo menos, que sorte a minha, Vinizinho estah na creche feliz da vida e eu nao tenho o estresse de ter comigo full time uma crianca agitadissima dentro de casa, neste inverno que bate a porta.
"Eh, nao posso reclamar, a vida pode ateh nao estar perfeita, mas estah bem boa. Moro num lugar super simpatico, pertinho da praia, faco tudo a peh, toda terca a tarde vou ao cinema com o marido, passeamos aos fins de smeana... not bad at all!"
Ateh que, BUM! ontem a noite tivemos a noticia de que a creche, sabem?, aquela pra qual o Vini adora ir, onde ele tem vaaarios amiguinhos dos quais ele fala o tempo todo, aquela onde as tias sao umas fofas, aquela mesmo, que ele pede pra ir ateh nos finais de semana e onde apesar da comida nao ser lah uma brastemp, nosso pequeno adora passar os dias... pois eh, vai fechar. Eh, isso mesmo FE-CHAR. Legal, neh?
Eh que nossa amiga Monash University, aquela que emprega meu marido nesse empreguinho "chaaaaaaato", sem chefe, podendo entrar e sair a hora que quer, inclusive tirar as tercas a tarde pra me levar ao cinema, aquela que fornece tempo e dinheiro pra ele pesquisar, ler, pensar, testas suas hipoteses, eh, aquela mesmo! resolveu que vai demolir um quateirao inteiro pra ampliar o campus. Que tal? Super-duper, nao eh mesmo?! Uhum, seria otimo se no meio do quarteirao nao estivesse, o que?, a creche! Resumo da opera: A partir de setembro (eh, gente, juntinho com o nascimento do bebezuco!) a demolicao comeca, e nao ha garantia nenhuma de que a creche serah relocada antes disso - sim, porque o movimento deveria ter comecado faz tempo, jah que nao eh nada trivial aprovar a instalacao de uma day care. A verdade nua e crua eh que a maior chance eh que Vinizinho nunca mais veja seus beloved amiguinhos e tias, e que a creche acabe mesmo.
E agora, Jose? Ines eh morta? Hummm, vai saber...
Junto a isso ainda tem a decisao que precisamos tomar sobre para onde nos mudaremos.
Agora parem um minutinho e reflitam: que gravidez legal estou tendo, neh nao? Nao a gravidez em si, porque esta, gracas a Deus, estah legal mesmo, mas os acontecimentos paralelos a ela estao de arrepiar.
A unica coisa que tinhamos como certa era a creche (ateh haviamos colocado o bebezuco na lista de espera pela sua vaga!) e, inclusive, planejavamos nos mudar pra mais perto de lah, mas agora, estah tudo em aberto. E quando eu digo tudo, nao eh exagero meu, acreditem!
Como vaga em creche eh artigo de luxo por aqui, vamos, muito provavelmente, ter que condicionar nossa mudanca a creche e nao o contrario. Vamos pra onde tiver creche (lindo, neh?). "Sorte" nossa, a Monash tem outros campi que tambem oferecem creche, e que existe a possibilidade, ainda que remota, do marido conseguir ser transferido pra um deles. Agora, francamente, ter que condicionar casa e emprego a creche eh lastimavel. Sem falar que um campus eh num bairro nao muito bom e o outro, apesar de ser perto da praia, numa regiao fofa com casas novas e baratas, eh longe pra caramba.
Recapitulando:
mudanca de casa + encontrar creche + possivel mudanca de campus + nascimento do bebezuco = estresse, muito estresse.
mudanca de casa + encontrar creche + possivel mudanca de campus + nascimento do bebezuco = estresse, muito estresse.
E como todo sorvetao que se preza tem que ter a cerejinha on top, volta e meia temos que buscar o Vini na creche, jah que eles alegam que ele nao estah bem. Ligaram primeiro na segunda-feira dizendo que ele estava tossindo muito e chateado. Mauricio foi busca-lo e ele passou a tarde em casa muitissimo bem, soh foi tossir um pouquinho a noite, deitado, antes de dormir. Ontem passou o dia todo lah, mas quando fomos busca-lo uma das tias meio que deu uma reclamada, dizendo que ele nao havia passado o dia bem. "Como assim?", pensei "em casa ele estah otimo! E olha que eu sou A Preocupada...". Hoje, por volta das 10:30 da manha, ligam pro Mauricio dizendo que eh melhor ir busca-lo porque ele nao estah feliz (como assim?!?!), e que eh melhor ele ficar uns dias em casa. Aloooouuu, e se eu estivesse trabalhando, ia ter que pedir uns dias de folga porque meu filho, out of the blue, nao estah feliz na creche? Sem falar que sempre que a gente chega lah ele estah otimo, brincando e tal...
Sim, nao posso negar, ele anda meio, digamos, insatisfeito com o irmaozinho na barriga, especialmente depois que compramos uma meia-duzia de roupinhas pro bebezinho. Vinizinho jah tentou vestir as roupas, jogou tudo no chao, fica dando socos na sacola de roupinhas... eh, ele parece estar enciumado e talvez seja este o motivo do comportamento insatisfeito, mas ainda assim, nao podemos deixa-lo tomar conta da situacao e fazer o que der na telha. O bichinho eh esperto que soh e jah entendeu como manipular os adultos - ateh crise de tosse ele forca (!) porque sabe que ganha o dobro da atencao. Well, ganhava...
Nao sei, talvez seja uma onda, um momento... mas o conjunto da obra nao tah nada legal, nada mesmo...
Soh sei que junho vem aih e teremos que nos mudar pra sabe-se lah onde, porque a esta altura nem o parametro de distancia do campus temos mais. E pra nao dizer que "soh sei" isso, sei tambem que ter o Vini em casa full time somado ao nascimento do bebezuquinho vai ser sinistro. Sim, porque o Vini precisa gastar muita energia durante o dia correndo pra lah e pra cah, senao fica inviavel, ele eh muito agitado! Sem falar que ele jah demonstra ciumes do "imaoginho" agora que ele estah na barriga, imagina vendo a mamae com um bebezinho no colo o tempo todo?! God help us, porque bode na sala eh eufemismo, to eh com um rebanho inteiro do sofah!
Importante:Pai, mae, lembram que eu disse que tudo bem se voces nao conseguirem chegar pro nascimento? Esquecam, preciso de voces aqui antes do nascimento!
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Atualizando: Hoje, o Vini voltou pra casa, nao tossiu, tirou a sonequinha dele numa boa, comeu direitinho, brincou, aprontou, perturbou... tudo como uma crianca saudavel. Dah pra entender?
3 comentários:
É, minha querida...
Apesar de os problemas serem outros (menos a busca pelo novo lar), tenho que te dizer que me identifiquei muuuito com tudo isso aqui.
Isso tudo sem contar que, não sei você, mas eu ando sensível demais! O que sempre piora tudo, né?
Beijos solidários de barriga para barriga!
Erica, to com dó de você... Mas pra vc não ficar muito triste, em julho ele vai ganhar uma amiguinha e uma "tia" a quem você poderá recorrer, se quiser e se precisar. Estamos chegando em julho, também estamos procurando casa, enfim, eu to mais ou menos no mesmo barco que vc, exceto pelo fato de que eu não estou grávida (hehehe). Mas tente (eu sei, falar é fácil...) acalmar um pouco seu coração, as coisas sempre se ajeitam. Quando bater o desespero, pense que ainda faltam alguns meses, até lá muita coisa pode acontecer...
Quando eu chegar aí, pode contar conosco, ok?
Beijo
Livia
Fofis, como as coisas aí são parecidas com as coisas aqui, veja se existem "child minders". Pode ser uma solução a curto prazo - essas mocinhas são treinadas e registradas para cuidar de X crianças ao mesmo tempo na casa delas (você tem que levar e buscar, o que acho que vc já faz com creche mesmo). É mais barato do que creche e elas às vezes tem horários flexíveis. E como elas cuidam de várias (não muitas) crianças, Vini ainda pode se socializar. Outra dica é babá coletiva: pergunte para as outras mães o que elas estão pensando em fazer quando a creche fechar - de repente rola um sitter share/child mider share entre vocês. Assim Vini continua vendo os amiguinhos de sempre.
Aqui também tem fila de espera de 1 ano tanto para child minders quanto para creche(e a criança só é aceita SE morar a 1 milha da escolinha), mas a gente também estuda a possibilidade de arrumar uma babá/au pair num caso de emergência.
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