O pão caiu com a manteiga pra baixo e baby Nick ficou bem doente horas antes do nosso embarque pra China. Por sorte, consegui assim de última hora (leia-se uma hora antes de sairmos de casa) uma consulta com a outra médica da clínica que eu levo os meninos e sendo diagnosticado novamente com uma inflamação na garganta e nos ouvidos, o pobrezinho entrou mais uma vez no antibiótico e lá fomos nós carregando numa bolsinha térmica os remédios dos dois poverinos.
Chegando no aeroporto, o primeiro capítulo da nossa viagem começou com o check-in interminável, porque como bem disse meu ilustríssimo marido, nossa família é a prova final pros trainees com dois adultos com dois passaportes brasileiros cada, um novo com o visto chinês e um antigo com o aussie; uma criança com passaporte americano e um bebê com passaporte aussie, que tal? Uma vida inteira se passou até estarmos liberados. No fim das contas, tivemos que correr pro embarque e foi aí que caiu a ficha: estávamos indo pra China!
Ao embarcarmos, tivemos nosso primeiro desafio: nos fazer entender, porque, gente, aeromoça chinesa só pensa que fala inglês, sabe no máximo uma meia-dúzia de palavras soltas, mas tem sérios problemas quando as ouve numa frase com uma certa estrutura. Sério mesmo, é mais fácil se comunicar com chinês em inglês se você não fala inglês, porque você solta uma palavra de um lado, eles soltam outra do outro e a comunicação vai caminhando, agora se você fala inglês e tenta se comunicar, explicar explicadinho, xiiii, desiste, porque é praticamente impossivel. E, gente, não tô falando das pessoas nas ruas, não, falo das aeromoças, recepcionistas e gerente do hotel, e das pessoas que trabalham nos pontos turísticos.
Okay, voltando à viagem, claro, não dormi nadinha (nem eu nem baby Nick aliás) e fiquei impressionada com o quanto o povo fala a madrugada inteira. Era um blá blá blá danado, sem falar dos barulhos estranhos que o avião fazia. Mas pior que tudo isso era não ter ninguém pra conversar, já que tanto o Vivi, quando o Mauri estavam capotados do meu lado - dormiram feito dois anjinhos, enquanto o Nick dava cambalhotas no meu colo, na tentativa de encontrar uma posição mais favorável ao sono. Bom, eu não encontrei.
Pela manhã, fizemos uma conexão em Guangzhou, onde tivemos um breve tempo de espera. Mais três horinhas de avião e chegamos ao nosso tão esperado destino: Beijing.
Mal desembacamos, começou a sessão sorrisos e tchauzinhos. O povo passava pela gente, olhando, sorrindo e acenando, olhava pra trás pra um último tchauzinho e quando reciprocrávamos, íam embora felizes da vida. Nesse momento ainda não sabíamos, mas isso seria aumentado à terceira potência durante nossos passeios.
Já no aeroporto, tive que dar inicio às negociações porque quebraram uma parte do carrinho do bebê e queria dar 5 dolares pro concerto. Putz, foi uma negociação infinita e acabamos conseguindo um valor mais aceitável, porém não suficiente. Mas eles são muito ruins de transação e já deu pra ter uma noção do que esperar do serviço chinês.
Na saída, não encontrávamos o cara do transfer do hotel, que após muita luta pra conseguirmos ligar pro hotel descobrimos: tinha ido embora (!!!!) porque nós não estávamos lá no horário combinado. Detalhes: 1-Nosso vôo atrasou; 2- Ele sabia o número do nosso vôo!, 3- Tivemos que pagar anyway! No fim das contas, alugamos uma van e fomos todos juntos pro hotel, onde chegamos por volta das 2 pm e exaustos decidimos call it a day e deixar o turismo pro dia seguinte.
Ainda no caminho pro hotel, sentimos na pele, na garganta, nos olhos e no nariz o nível surreal de poluição que envolve e preenche a cidade, que por isso vive nublada, especialmente no verão.
Com relação ao hotel, minhas primeiras considerações:
- Ficamos muito mal localizados, do outro lado da cidade. Perto, só a universidade onde acontecia a conferência (quem se importa?) =P
- O hotel que foi construído em 2008, deveria ser 4 estrelas, mas se o é, o número máximo de estrelas na China deve ser bem superior a 5. Lá pelas 8 talvez, porque já fiquei em 3 estrelas muito melhor que esse 4. Os quartos são bem mais ou menos, o frigobar não tem nada, piso, banheira e azulejo do banheiro (que é mínimo) são medonhos; o quarto cheira a sei lá o que; o carpete nunca deve ter visto uma limpeza séria quase dá pra ver a fazenda de ácaros gordos), a cama é dura...
-As camareiras não sabem fazer a cama e não se dão ao trabalho nem de fazer de conta que limpam. Mal passam um pano sujo na quina (e só na quina) do tampo da mesa, olham em volta, dão meia-volta, repõem a água mineral, as toalhas, jogam o edredon em cima da cama, retiram o lixo e tá bom demais. Aham, tá sim...
- No café da manhã não existe o conceito de leite quente, tampouco de água gelada (até o frigobar faz de conta que gela)
Mas tuuuuuudo bem. Que bom que a gente só pára no quarto pra tomar banho e dormir. Que pena que o banheiro não tem o frescor que eu gostaria, nem a cama a maciez que eu precisaria.
Há um ano
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